22 de nov. de 2011

Perseguição Mortal

Já era tardezinha quando Carla e Arnaldo estavam voltando de sua viagem de férias. Os dois muito felizes e empolgados, afinal fizeram muitas coisas juntos e se amavam. Viajam vagarosamente apreciando cada segundo de paisagem que a natureza lhes proporcionava.
Chegando na metade do percurso, acharam uma garota linda pedindo carona. Branca, cabelos negros, vestida de forma totalmente fúnebre. Tinha no rosto um lindo sorriso e uma estranha alegria, além de estar ali perdida, no meio do nada, sem motivos aparentes para estar ali.
Pararam o carro para a jovem:
_Para onde esta indo moça? O que faz aqui parada no meio do nada.
Então a mulher explicou que seu carro tinha estragado e apontou para o mesmo fora da pista. Explicou-lhes com detalhes tudo o que havia ocorrido. Seu nome era Mariana e estava viajando para a casa de seus pais.
Então num gesto de caridade deram carona à mulher, esta sentiu-se muito agradecida. Continuaram sua viagem, foram se conhecendo aos poucos, tinham um assunto muito bom.
Mariana, a caroneira, disse que precisava ir ao banheiro, pois estava passando muito mal. Concordaram em parar, ela desceu junto com Carla e se afastaram. Já era noite e as duas não voltavam, Carlos estava preocupado e saiu atrás de sua namorada.
Andou um pouco e viu que havia uma trilha formada por muito sangue ao longo do caminho. Este parou, ficou hesitante e confuso por um minuto, não sabia se prosseguia e via com seus próprios olhos o que estava ocorrendo, pois o medo correu todo o seu maldito corpo nesse momento.
Carlos caminhou mais um pouco e viu o corpo de Mariana deitado sobre uma imensa poça de sangue. Este sentiu uma náusea imensa na hora, mas precisava achar Carla, afinal ela poderia estar viva em algum lugar ainda. Ele percebeu que algo estava estranho, havia algo coberto de terra perto de onde estava. Rapidamente começou a retirar a terra de cima do que parecia ser um cadáver e finalmente encontrou o corpo de sua amada, ela estava totalmente desfigurada, irreconhecível, cortes por todo o corpo, sua jugular ainda escorria sangue. Carlos não acreditava no que via, aquilo parecia ser um pesadelo, bem que poderia continuar parecido com isto, pois tudo tornou-se pior quando Mariana ficou de pé com uma faca nas mãos.
Quando Arnaldo se virou, uma facada certeira cegou-o de um dos lados, ela retirou a faca e este caiu de dor ao chão. Ele tentou se arrastar alguns metros, levantou e quando se preparou pra correr tomou uma facada nas costas e caiu novamente.Mariana se divertia com tudo aquilo e deu mais uma, duas, três, enfim várias facadas nas costas do rapaz até este se tornar apenas carne viva.
A mesma saiu dali, entrou no carro e saiu no mesmo. Sem ter algum estranho motivo para matá-los, o único que se tinha a pensar era o roubo do carro.
Naquele mesmo horário, Rogério viajava com um homem a quem ele havia dado carona a alguns metros atrás. Conversavam amigavelmente e até o momento se davam bem, possuíam os mesmos gostos por diversos assuntos, especialmente sobre carros.
Rogério então começou a contar a história de sua vida, a morte de sua esposa que o abalara, a vida de viagens por estrada à fora que ele levava.
Antônio, que era o passageiro, para dar atenção ao caridoso homem que lhe deu carona, perguntou sobre a esposa e sobre a vida que o homem havia levado ao lado dela.
Rogério então disse-lhe:
_”Bom, quando nos casamos, tinha-mos apenas 20 anos de idade cada um, isso foi a cerca de dois anos atrás. Sempre fomos felizes juntos, nos amávamos, um amor de dar inveja. O único problema é que não podíamos ter filhos, pois Juliana era estéril, pensamos em adotar uma criança certa vez, mas ela não aceitava conviver com o fato de não termos um filho que não viesse dela.
O tempo se passou, e ela começou a ficar muito depressiva com o fato, parecia que iria enlouquecer. Diversas vezes tentei psicólogos, terapeutas, vários especialistas para ajudá-la, mas nada deu certo, pois ela mesma não se ajudava.
Decidi fazer uma viagem junto dela, para ela se sentir melhor, tirei férias do serviço e viajamos, passamos por muitos lugares, mas ela não parecia se empolgar com nenhum.
No nosso dia de volta, paramos na estrada para pedir carona, pois nosso carro havia quebrado. Estava vindo um caminhoneiro em nossa direção, não fui muito com a cara dele, mas estávamos sem saída. Ele ia seguindo a viagem sem dizer uma única palavra, foi quando de repente ele parou, começou a rir desenfreadamente, sacou um revolver e deu um belo tiro na cabeça de minha esposa”.
Rogério então parou o carro, começou a escorrer lágrimas pelo seu rosto. Antônio estava completamente chocado com toda aquela história e arriscou em perguntar:
_Mas... E o que aconteceu em seguida, ele atirou no senhor também?
E Rogério prosseguiu:
_”O caminhoneiro olhou pra mim com um ar de satisfação monstruoso, como se ele houvesse conquistado algum prêmio ou coisa parecida, eu permaneci em estado de choque naquele instante, até que resolvi ir em cima, brigamos por um tempo, até eu arrancar a arma de sua mão.
Segurei o revolver com força, olhei bem nos seus olhos, atirei primeiro em um ombro, em seguida no outro. Ele sofria, eu senti prazer nisso, o prazer de uma doce vingança. Novamente eu havia dado dois disparos, em direção ao estômago do sacana. Ele gritava de dor, foi quando acertei em cheio em seu crânio. Ele caiu para o lado, sem nenhuma expressão de vida, me senti tão feliz naquele momento que havia até me esquecido que minha esposa estava morta do meu lado. Quando voltei a mim, tudo já havia ocorrido, lamentei por algum tempo, mas depois percebi que a vida continua.”
Antônio ficou perplexo diante da situação, não sabia se o rapaz havia endoidado, pois este tinha um sorriso extremamente sádico e satisfeito no rosto.
Rogério continuou:
_”Bom, depois disso tudo, eu peguei o caminhão do homem, segui até a minha casa, como eu morava com minha esposa, ninguém perguntaria nada, então enterrei o safado no meu quintal, o corpo de minha esposa eu carrego no porta-malas desse carro, que eu comprei para fazer entregas para empresas e dar ajuda a caroneiros, é sempre bom ajudar não acha?”
Antônio nesse instante já estava completamente assustado, não sabia o que dizer nem fazer. Num momento impulsivo, tentou abrir a porta do carro e correr, porém a mesma se encontrava trancada.
Rogério olhou meio que com graça para a situação. Logo abriu a porta para que o rapaz que já não entendia nada da situação pudesse sair.
O homem saiu do carro em disparo, sem rumo. O “bondoso” motorista também saiu do carro, sacou seu revolver e deu um tiro certeiro no calcanhar do rapaz, que caiu para frente como um boneco, uma cena digna de Hollywood. Rogério foi então até ele, o carregou pelas costas até o seu carro, abriu o porta-malas e mostrou o corpo decomposto de sua esposa para Antônio, que entrou em desespero, acabou vomitando. Rogério riu da cena, pegou o homem, arremessou a cabeça dele contra o carro várias vezes, até que seu rosto se tornasse desfigurado, logo deixou soltar uma leve risada no canto dos lábios e deixou o infeliz ali. Pegou seu carro e partiu com ar de satisfação e serviço cumprido.
Rogério continuou sua viajem, viajando ao som dos Rolling Stones, fumando seu cigarro, com um dos braços para fora da janela para sentir a gostosa sensação que o vento proporciona.
Chegou em um posto de gasolina, foi comprar alguns salgadinhos e refrigerante e então ele se deparou com uma linda garota de aparência pálida e fúnebre.
Mariana era seu nome, ela então perguntou ao Rogério sobre o seu carro, se tinha como o mesmo dar carona a ela, pois seu carro havia quebrado.
O rapaz concordou com um estranho ar de satisfação, os dois entraram no carro e se foram.
Os dois seguiam a viajem conversando sobre suas respectivas vidas.
Mariana contava como sua vida tinha sido muito sofrida, tinha abandonado sua casa para viajar pelo mundo afora, com o dinheiro que havia herdado da morte dos seus avós, ela dizia viver apenas dos juros que os bancos ofereciam a ela. Porém sua história não parecia ser muito verdadeira, mas o rapaz escutou tudo atentamente.
Quando foi a vez de Rogério falar, ele falou exatamente tudo o que ele havia dito a Antônio e da mesma forma, como se fosse tudo decorado. Para espanto do rapaz Mariana riu da situação e parecia se divertir com aquilo, ela mesma pediu para que ele mostrasse a ela o corpo de sua esposa no porta-malas.
Surpreso diante de tal situação ele parou o carro na entrada de uma fazenda, os dois desceram e então ele mostrou a ela. Os olhos dela pareciam brilhar diante de tal situação, ela parecia ter se apaixonado pelo cadáver.
Os dois ficaram parados ali algum tempo. Ela contemplando o corpo decomposto pelo tempo e ele perplexo e sem reação.
Mariana finalmente foi até ele e lhe deu um beijo provocante, no mesmo momento em que ela tirava a faca de dentro da calcinha e perfurou o estômago do rapaz. Ela se afastou e ele caiu de joelhos, ele parecia não acreditar no que estava ocorrendo.
Rogério ficou ali parado durante uns minutos enquanto Mariana bastante excitada com aquilo tudo lambia a faca ensanguentada. O rapaz então parecia ter ficado furioso, recobrou os sentidos, levantou violentamente e a atacou, enquanto ela novamente lhe deu mais uma facada na barriga.
Logo após isso ela o empurrou, retirando sua faca e correu apressadamente à caminho da fazenda que havia ali perto, rindo compulsivamente. Rogério não parecia estar em condições de ir atrás da moça, porém criou forças e a perseguiu cambaleando e sangrando sem parar.
O rapaz chegou finalmente à fazenda e foi amparado por uma senhora que ali morava, ele perguntou se ela havia visto alguma moça passar por ali, mas ela afirmou que não, ali era totalmente deserto e com certeza não havia passado pessoa alguma por ali.
A mulher se levantou e saiu para ir atrás de ajuda para o homem, mas este a surpreendeu segurando-a pelos cabelos. Ele a puxou para trás e a jogou no chão, pegou um pedaço de madeira que estava ali por perto e com variadas pancadas desfigurou o rosto da pobre senhora.
Logo após o seu ato monstruoso ele procurou a garota aos arredores da fazenda, xingando ela de todos os nomes desprezíveis que ele lembrava, até que ele encontrou o corpo de um senhor de aparência humilde, que infelizmente teve sua jugular cortada e sangrou até a morte como um porco sacrificado.
Como ele não encontrou a garota, desistiu de procurar, pois já havia perdido muito sangue e não fazia a mínima idéia se havia algum hospital ali por perto.
O mesmo foi até seu carro que permanecia parado na entrada da fazenda, olhou para um lado, olhou pro outro e decidiu ir embora e esquecer tudo aquilo. Quando ele finalmente entrou no carro, percebeu que as chaves já não se encontravam mais ali, o rapaz entrou em desespero, gritava, xingava, amaldiçoava.
Passado alguns minutos ele se acalmou, estava com muita dor e se enfraquecia aos poucos com o sangue que escorria de seu corpo. Rogério encostou-se em seu carro e resolveu olhar a bela e inspiradora imagem que o corpo decomposto de sua esposa lhe proporcionava. Quando este abriu o porta-malas, teve uma triste surpresa, o corpo que estava lá não era mais o de sua esposa, mas o da velha senhora que ele matara há pouco.
O rapaz deu um pulo para trás, foi quando ele ouviu uma risada infernal atrás de si, era a garota de beleza fúnebre e sorriso hipnótico, dizendo junto aos risos:
_”Te peguei.”
Foi quando Rogério virou, e no mesmo momento, numa cena extraordinariamente fantástica, perfeita e ao mesmo tempo horrenda, Mariana cortou a jugular do rapaz e assistiu-o sangrar friamente.
Logo após o ocorrido, a garota pegou o carro de Rogério e continuou sua jornada mundo afora.
Alguns dias atrás dava pra se ver no jornal, a notícia de várias mortes em uma fazenda e uma cena bizarra e curiosa. Amarrados em uma árvore estavam o corpo de um rapaz identificado como Rogério e de um corpo totalmente decomposto pelo tempo, praticamente uma caveira e envolta dos dois uma faixa com a seguinte mensagem:
_”E viveram felizes para sempre”.

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