19 de dez. de 2011

Roberto e Myrian - Amor Eterno

Roberto acaba de acordar, se levanta, vai até sua mãe que está na cozinha preparando o café, dá-lhe um beijo e um abraço apertado, ela é praticamente tudo o que ele tem na vida, sem dizer que sempre foi o orgulho de sua querida mãe por sempre ser um aluno aplicado na escola e estar sempre ajudando no serviço em casa. Roberto, um jovem de 17 anos, cursa o 3° colegial em uma escola que não fica muito longe de sua casa, um rapaz bom e que não procurava problemas com ninguém, não tinha amigos, era muito solitário e só pensava nos estudos, isso o prejudicava muito pois era frequentemente vítima de brincadeiras maldosas dos companheiros de escola que sempre o viam como um idiota.
Era uma sexta-feira linda, que prometia ser um dia maravilhoso, um dia ensolarado e com uma cara agradável apesar do calor. Roberto se dirigiu até sua escola para mais um dia de aula, no meio do caminho ele encontrou quem ele não queria, eram três rapazes que sempre que podiam infernizavam a vida do mesmo. Eram eles Rafael, Bruno e Thales, todos membros do time de basquete, tinham um tamanho de colocar medo em qualquer um, cercaram o pobre rapaz, o seguraram com força e o levaram até baú que estava cheio de lixo, o jogaram lá, trancaram com um cadeado e foram embora rindo da cara dele. Roberto ficou ali desesperado clamando por ajuda, mas ninguém que passava por ali lhe ajudava, pelo contrário, muitos passavam rindo e fazendo piadas desnecessárias, ele começou a chorar, não sabia mais o que fazer até que veio alguém que quebrou o cadeado e abriu o baú, seu nome era Myrian, uma jovem de cabelos vermelhos e olhos azuis, era perfeitamente linda, mas possuía um estranho jeito de se vestir, parecia uma rainha das trevas, mas seu gesto foi extremamente o contrário do que o Roberto pensava da garota. Este a agradeceu e quando já ia saindo ela reclamou: "_Então quer dizer que as coisas serão sempre assim não é? Vai deixar que zombem de você eternamente e não irá fazer nada para se vingar?" Myrian falou de forma tão severa que Roberto olhou perplexo para a garota e não sabia o que dizer, até que pediu uma sugestão ao passo que Myrian respondeu: "_Roberto, sempre gostei muito de você, desse seu jeitinho tímido, e de tudo o mais, estou disposto a ajudá-lo a acabar com a vida de cada um deles." O rapaz se assustou, ficou paralisado por um tempo, até que perguntou: "_Você está querendo dizer que quer me ajudar a matá-los? Desculpe-me, mas não quero acabar minha vida na cadeia." Myrian então sorriu: "_Se seu problema é apenas o medo da cadeia, pode ficar tranquilo, pois não os mataremos diretamente, eu conheço fórmulas e segredos que podem acabar com a vida de cada um deles sem envolvê-lo diretamente, a natureza agiria por si mesma, apenas daríamos nosso empurrãozinho para vermos sangue jorrando." Depois do que falou, a moça soltou uma risada totalmente maligna e fora do comum, Roberto assustado não sabia nem o que dizer nem o que pensar, além de não concordar muito com aquilo ele era ateu convicto e sua mãe católica fervorosa, aquilo que Myrian sugeriu a ele era totalmente fora do seu senso comum, então sem responder uma palavra caminhou até a escola para ver se ainda conseguia assistir a aula, a moça foi seguindo-o logo atrás pois era da mesma sala que ele, e pedia constantemente para ele pensar no que ela havia dito, pois ela queria apenas ajudar.
Roberto finalmente chegou à escola, a turma riu muito quando ele entrou, o rapaz sem graça entrou e não disse uma única palavra. Todos comentavam dele e riam, os caras que o atacaram eram os três da sua sala, Myrian encarava Roberto como nunca havia feito, parecia estar hipnotizada com os olhos fixados sobre ele. Quando a aula acabou ela continuou seguindo-o até a casa dele, o rapaz sem muita paciência perguntou o porque daquilo e dizia já estar com uma raiva inimaginável daquela perseguição sem motivos. Sem responder, a moça chegou perto dele e o beijou suavemente, logo passou a beijar com mais vontade e com um sentimento que dava pra se perceber de longe, quando se soltaram, Roberto a olhou sem saber o que dizer, enquanto ela confessava o seu amor por ele e dizia que em breve ele teria uma prova de amor como jamais havia visto. Então Myrian se foi enquanto o rapaz continuou perplexo na porta de sua casa pensando o que ela poderia estar dizendo com aquilo, logo entrou e foi dormir.
Passou-se o fim de semana sem que Roberto recebesse notícia alguma de Myrian ou de qualquer outra pessoa com a qual ele estudava e isso era bastante comum, pois ele não tinha contato com muita gente, praticamente um ser anti-social. Quando chegou na segunda, Roberto fez todo o seu trajeto comum, de sua vida extremamente comum e sem adrenalina, saiu a caminho da escola, quando chegou o clima estava estranhamente triste, poucas pessoas perambulavam por ali, parecia não estar havendo aula, foi quando a diretora da escola manifestou aos alunos os seguintes dizeres: "_Meus caros alunos da escola Almeida, venho lhes comunicar que o estudante Bruno do 3° colegial da sala C foi encontrado morto em seu banheiro, meus pêsames a família e aos amigos, todos os alunos estão liberados da aula hoje. Obrigado pela atenção."
Roberto ficou parado algum tempo ali, até que resolveu ir embora, durante o caminho parou diante de um bar que estava com a TV ligada e o noticiário local estava falando sobre o ocorrido: "_Um estudante da escola Almeida foi encontrado morto hoje de manhã no banheiro da sua casa com o crânio destruído sobre a privada, a polícia está investigando o que houve, a situação é bastante estranha pois ele estava trancado dentro do mesmo e com as mãos firmes sobre o sanitário, tudo leva a crer que ele mesmo bateu a sua cabeça violentamente contra o vazo várias vezes, o que torna o acontecimento bastante bizarro." Depois de ouvir a notícia, veio um arrepio na espinha de Roberto e o mesmo foi para sua casa.
Roberto deitou em sua cama e pensou em tudo o que havia ocorrido, de certa forma pra ele nem fez muita diferença, sem dizer que aquilo lhe trouxe uma estranha sensação de alívio, pois um dos caras que tiravam a paz dele acabara de morrer. Parado ali por um tempo pensando na vida ele se lembrou de Myrian e de tudo o que ela havia dito, lembrou de sua estranha promessa de provar o seu amor, logo largou dessa idéia, pois na cabeça dele seria impossível a garota conseguir fazer algo através de forças ocultas e então resolveu dormir. O rapaz então teve um sonho, nele ele via claramente um banheiro, Bruno chegou la passando muito mal, vomitando sangue e então num ato de insanidade segurou firme no vaso sanitário e lançou sua cabeça contra ele várias vezes até ficar irreconhecível. Depois dessa cena terrível, Roberto viu Myrian rindo ao fundo com um ódio imenso no olhar. foi quando ela olhou em direção a ele e disse que o amava, foi quando ele acordou. Ficou pensando horas sobre o pesadelo que havia tido, por um momento pensou se seria realmente possível Myrian interferir assim na ordem natural das coisas, resolveu então trocar de roupa e ir até a casa da garota para tirar as paranóias de sua cabeça.
Roberto tocou uma vez a campainha da casa de Myrian, tocou duas, três vezes e ninguém veio recebê-lo, quando resolveu ir embora a porta se abriu sozinha, ele gritou pelo nome da garota e nada, resolveu então entrar no local, a casa era decorada de crânios falsos, gatos pretos empalhados, pôsteres de filmes como Coleção Obsessiva e Perseguição o que era normal pelo estilo dela, foi quando Myrian apareceu, sua beleza estava fora do comum, totalmente radiante e com um brilho diferente no olhar, naquele momento ela estava apenas de roupas íntimas e começou a seduzir o rapaz. Roberto e Myrian se beijaram, trocaram amassos, foram para o quarto e fizeram amor, tudo aconteceu de forma tão inesperada para o rapaz, mas ele estava satisfeito com tudo aquilo, ele parecia ter encontrado o amor de sua vida, a moça confessava seus sentimentos para ele, quando terminaram Roberto se levantou e se vestiu, estava pronto para ir quando Myrian lhe perguntou se ele tinha ficado satisfeito com a prova de amor que ela havia lhe dado, ele sorriu e disse que sim, nunca havia ficado com ninguém até hoje em sua vida e aquele momento foi totalmente mágico para ele, ela então riu alto e dizia estar falando sobre outra coisa, foi quando um arrepio e um medo enorme tomaram conta do rapaz. Roberto ficou ali imóvel, parecia estar em choque, seria aquilo realmente real? Pensou o rapaz. Enquanto ela se deliciava com a imobilidade do rapaz, ele estava com uma tensão imensa. Myrian então disse a ele: "_Diga que você ficou satisfeito com a morte dele, me diga, eu serei a mulher mais feliz do mundo, eu sei que você gostou dessa surpresinha, ele mereceu, no fundo todos aqueles idiotas merecem, vamos acabar com eles, temos poder para isso." Roberto então num ataque de fúria falou: "_Já chega, por favor, não quero isso mais, vai ser terrível suportar a idéia de alguém ter morrido por minha causa, por favor, desapareça da minha vida." Enquanto Myrian parecia ter ficado decepcionada com o que acabara de escutar, Roberto se dirigiu a saída e foi embora para a sua casa.
Então era terça-feira, dia de aula comum, Roberto se dirigia calmamente até a escola, com um rosto de quem não havia conseguido dormir bem, olho fundo e um sentimento de remorso estampado em seu rosto. Rafael e Thales se dirigiram até ele, pediram desculpas pelo que faziam com ele, diziam que deviam isso pelo Bruno, quando Roberto foi responder os rapazes estouraram ovos em sua cabeça e jogaram farinha nele, além de darem socos em seu estômago e o chutarem no chão, começaram a rir e diziam: "_Se o Bruno estivesse aqui ele iria ficar enormemente satisfeito com isso, tomara que ele esteja vendo isso de algum lugar." Logo foram embora rindo e zombando de Roberto, o mesmo permaneceu ali deitado no chão, chorando de raiva e amaldiçoando os rapazes, Myrian então chegou até ele e lhe disse: "_Quer se livrar logo do que faz mal a sua vida ou quer continuar sendo um idiota na mão deles? A escolha é sua. Você pode ser o Leão ou apenas mais um carneirinho, se por acaso resolver ser o Leão volte a me procurar." Então ela se foi. Roberto se levantou e nem se dirigiu a escola, pois não estava em condições, resolveu voltar para a sua casa e pensar sobre toda aquela situação.
Roberto estava finalmente em sua casa, tomou um banho, se arrumou e saiu rapidamente de em direção a casa de Myrian, parou na porta dela e ficou esperando a garota chegar da escola. O rapaz naquele momento nem pensava mais em nada, estava com o olhar perdido, seus pensamentos estavam passeando por algum local, seu estado de espírito parecia nem existir, era como se ele fosse uma estátua ali parada, Myrian chegou e o encontrou ali, naquele estado, chamou a atenção do mesmo ao passo que ele retornou de seu transe, a garota o convidou a entrar e assim foi. Roberto perguntou se ela morava sozinha, ela disse que sim, o pai quando morreu deixou aquela casa pra ela e uma herança razoável, que daria para ela terminar seus estudos e cursar uma faculdade para o futuro. Myrian parecia estar impaciente: "_E então, nós vamos realizar a nossa vingança ou você quer continuar servindo de idiota a eles? Vamos rir deles da mesma forma que eles riem de você, será divertido, eu lhe garanto." Roberto em gesto afirmativo disse que estava ali para isso e queria ter esse prazer o quanto antes. Myrian ficou extremamente satisfeita, deu um beijo caloroso em Roberto, logo depois disse para ele apenas observar e ver como tudo ocorria, o ritual ia começar.
Myrian pegou um livro que possuía um pentagrama invertido na capa e uma foto do Thales, colocou-o no centro de outro pentagrama invertido, acendeu várias velas ao redor, fez uma oração diferente, pegou um pote que possuía sangue dentro e jogou ao redor do lugar, ela olhou para o Roberto e dizia que o sangue era de bode e era um sangue especial para rituais do tipo, então ela pediu que Roberto se concentrasse em Thales, que seria o próximo a pagar pelo que havia feito a ele, para ele pensar com bastante ódio nele que a morte dele também seria terrível, enquanto isso ela continuou sua oração e dirigia todas as intenções ao nome do Thales para que o mal viesse buscá-lo.
Enquanto isso, Thales estava em sua casa, assistindo um filme qualquer e comendo pipoca, quando lhe veio a estranha vontade de tomar uns venenos de rato que estavam em cima da mesa, ele pensou estar louco, mas a vontade era maior, ele pegou todo o veneno que estava lá e o engoliu de uma só vez, tinha também uma cesta com agulhas ali perto, pegou uma agulha e uma linha e costurou a própria boca, foi quando ele começou a vomitar e como a boca estava fechada ele ficou se retorcendo no chão engasgado em seu próprio vomito. Aquela situação era horrível, o veneno corroendo a parede do estômago do rapaz além de estar afogado no próprio vômito, passou-se alguns minutos e o rapaz faleceu ali, caído na sala, com uma forma de dar arrepios em qualquer um, uma morte terrível e angustiante.
Depois de todo o acontecido Myrian virou para Roberto e lhe disse: "_Esta feito, mais um deles esta morto, agora esperemos até amanhã para matarmos o último, pois não tenho forças para matar mais de um em apenas um dia, enquanto isso vamos nos divertir um pouco com a cara do infeliz que continua vivo."
Finalmente era quarta-feira, Roberto caminhou até a escola já eufórico para ver o que iria acontecer dali pra frente, chegando lá soube da notícia da morte de Thales e percebeu que tudo aquilo era sério e que não se tratava de apenas um simples sonho, era tudo perfeito, ele tinha não via a hora de acabar com a vida de Rafael também, o rapaz estava cego de ódio, para ele nada mais importava a não ser a morte do último idiota que lhe atormentava. Myrian veio até onde Roberto estava e chamou-o para acompanhá-la, foram até o Rafael e Myrian fez um comentário nada legal: "_Os idiotas são patéticos como as flores, se vão aos poucos." Rafael como sempre querendo mostrar que tinha o controle da situação disse a ela num tom de ameaça: "_Que ótimo, cuidado que os próximos podem ser vocês." Myrian e Roberto foram embora a caminho da casa da moça para realizarem uma novo ritual para que tudo aquilo terminasse.
Enquanto o ritual estava sendo realizado, Rafael caminhava por sobre a ponte, por baixo passavam-se vários carros, o mesmo pulou de lá, quando caiu ainda permaneceu vivo por alguns minutos gritando de dor, quando veio um caminhão e passou por cima do pobre acabando com o seu sofrimento. Myrian então soltou um riso alto e disse a Roberto que havia tudo acabado e que ele poderia voltar tranquilo para casa, porém, antes ele deveria tirar um pouco do seu sangue como oferenda ao mestre do oculto, selando a conexão da alma dele às trevas. Roberto recusou na hora e disse que nunca mais queria saber disso, pois sua vingança já estaria completa. Myrian ainda tentou alertá-lo, pois se ele não fizesse o que ela estava pedindo, o ser levaria a vida da pessoa que ele mais amava, porém o rapaz não lhe deu ouvidos e se foi.
Enquanto caminhava até sua casa, ele chorou, sentiu uma estranha sensação de dor e agonia, por alguns instantes se arrependeu de tudo o que ele havia feito, mas logo depois se lembrou do ódio que sentia e como aquela vingança traria resultados positivos em sua vida. Roberto finalmente chegou em sua casa, procurou pela mãe para lhe dar um abraço apertado e ficar próximo a ela, pois ela sempre o consolava, para desespero do rapaz ele achou sua mãe enforcada em seu quarto, mas antes de se enforcar ela parecia ter se cortado em todos os pontos do próprio corpo, seu corpo ali dependurado estava em um estado deprimente, o rapaz então chorou e com uma insanidade absurda correu dali em direção a casa de Myrian. Quando chegou lá nem bateu a porta, entrou lá, foi ao encontro da garota e começou a agredi-la, ela perguntava o que havia ocorrido, mas ele não queria papo, pegou uma tesoura que estava ali por perto e perfurou a barriga da moça, esta caiu para o lado como se estivesse morta. Roberto começou a rir em desespero, não sabia o que fazer, foi quando ele pegou uma gilete que estava próxima dali e cortou seus próprios pulsos, enquanto ele morria lentamente ele viu sua foto no meio das velas, então ele entendeu o que era tudo aquilo, Myrian o havia matado, seu amor então seria falso ela definitivamente nunca amou ele.
Roberto então acordou no mesmo lugar, amarrado em uma cadeira, porém sem suas pernas e sem seus braços, Myrian estava de pé com um curativo na barriga, ela olhou pra ele com um sorriso radiante, lhe deu um bom dia e um beijo na boca e lhe disse: "_Você viu sua foto naquele local, mas não era para te matar, o feitiço era intencionalmente para você ser meu pela eternidade, o mestre levou a vida de sua mãe, mas como ela era uma pessoa que só fazia o bem não teria serventia para ele, dei então seu sangue a ele e sua alma o pertence, mas enquanto você permanecer vivo será somente meu e de mais ninguém, vou te fazer feliz sempre, estarei sempre cuidando de você, pois você é e sempre será o amor da minha vida."
Myrian então cuidou de Roberto pelo resto de toda a sua vida, até que um dia misteriosamente a casa pegou fogo e os dois morreram carbonizados. Mas pelo menos Myrian não ficou tão triste, pois não importa onde, nem o quanto esteja sofrendo, pois para desespero de Roberto ela terá a companhia do seu amor pela eternidade.

"Aquilo que se faz por amor está muito além do bem e do mal..." (Friedrich Nietzsche)

Coleção Obsessiva 6: A última coleção

Luíza estava sentada em sua cadeira bebendo seu Martini e observando a sua coleção, ela estava meio insatisfeita com o baixo progresso que havia tendo, as pessoas não passavam mais por aquele local por medo, elas desapareciam misteriosamente quando pegavam aquela estrada sombria e deserta onde se localizava a fazenda de Luíza, isso sem contar com o fato de que ela estaria grávida e já não tinha tanta agilidade para fazer as coisas da forma que fazia antigamente, o filho que ela estaria esperando seria de Eduardo, que ela assassinou a alguns meses atrás. A mulher estava calma, lendo um jornal antigo onde a principal notícia que tinha era a da morte de Adolfo e dos assassinatos brutais que ele havia cometido, no jornal não citavam seu nome, porém dizia que alguém em ato heróico havia acabado com toda aquela história doentia, Luíza jogou a cabeça para trás e deixou sair uma gargalhada infernal. Fechou a garrafa da bebida, guardou na prateleira e foi se deitar.
No meio da noite ela ouviu alguém batendo à sua porta, quando abriu a porta para sua surpresa era um policial, ele dizia estar fazendo uma ronda pelo local e queria saber se estava tudo bem, Luíza parou, pensou e então pediu que já que ele estaria ali ele poderia trocar uma lâmpada para ela pois ela estava com dificuldades. O jovem policial aceitou, disse que deveria ser breve pois seu parceiro teria ficado esperando por ele no carro, a mulher fez um gesto positivo com a cabeça o conduziu até o local em que a lâmpada estaria supostamente queimada, sem dizer muita coisa Luíza atacou o homem pelas costas com um punhal, este caiu para frente, e então ela deu-lhe mais uma, duas, três, quatro, enfim várias facadas nas costas do policial para se certificar que ele estaria realmente morto, pois ela não poderia se arriscar já que não teria condições para um combate. Ela então pegou um facão e um revólver, e foi em direção à estrada onde o parceiro do jovem policial estaria esperando, o outro policial já era mais velho, cara de experiente, uma barba enorme e branca, Luíza apontou a arma para o policial e ordenou para que ele descesse do carro, o homem assim o fez, ela sem pensar duas vezes deu dois tiros nele, pegou o corpo e guardou no porta malas com uma enorme dificuldade, ligou o carro e se dirigiu até a garagem de sua fazenda que era enorme, abriu a garagem e o número de carros que havia ali era enorme, guardou o carro e foi retirar o corpo de lá de dentro, arrastou com um esforço imenso o corpo para dentro de sua casa, decepou a cabeça dos dois policiais e adicionou seus novos enfeites na prateleira de cabeças.
Luíza saiu satisfeita do local, quando se dirigia para seu quarto sentiu uma dor imensa na barriga, sua bolsa havia rompido, ela estava prestes a ganhar seu bebê ali sozinha.
Enquanto isso passavam pela estrada um trio, David no volante, Jéssica sua namorada logo do lado e um rapaz que pediu carona pra eles logo atrás, seu nome era Aílton, estavam meio perdidos por ali e avistaram uma fazenda ao longe, resolveram parar ali e pedir informações, pediram para Aílton ir até lá, o rapaz foi, chegou, bateu a porta e escutou gritos de uma mulher, como a porta estava trancada ele arrombou e viu Luíza se contorcendo de dor no chão, pediu para ela se acalmar que ele iria chamar ajuda, ele correu até onde Jéssica e David estavam, como os dois eram enfermeiros saberiam lidar melhor com a situação, David entrou com o carro nas proximidades da fazenda e foi junto com Jéssica e Aílton para a casa da mulher. Luíza estava prestes a dar a luz, e o casal fez o trabalho de parto e tudo o mais ocorreu sem complicações, era uma menina linda que havia nascido, perguntaram qual seria o nome da recém nascida ao que Luíza deu o nome de Laura. A mulher agradeceu a eles e pediu que passassem a noite ali pois ela poderia precisar de mais alguma coisa, explicou para eles o caminho dos quartos e pediu que não tocassem em nada. Ela iria descansar aquela noite e não os atenderia, que eles ficassem à vontade e descansassem e assim o fizeram, David e Jéssica foram para um quarto e Aílton para outro.
Aílton acordou cedo e percebeu que uma porta misteriosa no canto da sala estava entre aberta, o mesmo foi até lá olhar de curiosidade, quando entrou não pode acreditar no que seus olhos estariam vendo, aquilo era extremamente doentio e terrível, um ser humano normal não poderia guardar aquilo dentro de casa, quando ele ia sair de lá para avisar aos outros ele deu de frente com Luíza que rasgou o pescoço do pobre com uma faca sem piedade alguma, o rapaz caiu para trás sufocado e com o pescoço jorrando sangue, ela então disse que tinha avisado sobre a curiosidade e a morte que ele havia tido foi somente culpa dele, ela então riu, observou a morte lenta e sufocante do homem e saiu daquele local. Voltou então para o seu quarto para olhar sua linda filhinha, ela parecia hipnotizada com ela, prometia dar a ela tudo o que ela não teve na infância, ela então prometeu que ela também teria um pai e ele estava ali naquele momento, Luíza parecia estar fora do mundo real, foi até o quarto em que o casal estava, pegou seu revólver, acordou os dois e sem dizer nada atirou no peito de Jéssica, mirou no rumo de David e pediu que ele a acompanhasse, David estava em desespero, não sabia o que fazer, se ele fosse tentar socorrer sua namorada acabariam os dois mortos, David então obedeceu, foram até o quarto de Luíza e a mulher disse a ele que a partir daquele momento eram um casal e que Laura seria sua filha com ela, porém David recusou, disse que ela era louca, Luíza deu um tiro na perna dele pegou o seu facão e disse que ele não precisaria aceitar nada, apenas a cabeça dele seria pai dela, a mulher levantou o facão para atacá-lo quando levou uma punhalada nas costas e caiu para frente sem forças. Jéssica estava de pé, o tiro por sorte parecia não ter pegado em algum ponto vital. Ela socorreu o namorado pegaram também o bebê e se dirigiram à saída até onde estaria o carro, Jéssica pegou um galão de gasolina que havia no carro, procurou despejou pela casa toda, até chega na porta que havia no canto da sala, abriu e viu as cabeças de várias vítimas expostas em prateleiras, viu também o corpo de Aílton no chão com uma poça de sangue enorme envolta do corpo, ela jogou gasolina em tudo, foi se certificar se Luíza havia morrido, como a mesma ainda estaria caída da mesma forma em que estava ela nem se importou muito, acendeu seu fósforo, jogou no chão e correu dali. Ligaram o carro e foram embora para procurar o posto policial mais próximo para comunicar o ocorrido.
O fogo consumiu toda a casa, e com ela tudo foi consumido pelas chamas, começaram as buscas por corpos e tudo o mais, as cabeças estavam todas carbonizadas, seria o fim de uma coleção imensa, porém não havia vestígios do corpo de Luíza, consequentemente para a polícia a mulher continuaria como foragida, Jéssica e David ficaram com a criança, mas não apenas com ela, como também com o medo que não acabaria enquanto Luíza continuasse a existir.

Continua em: Coleção Obsessiva 7 (O mal nunca morre)