3 de jun. de 2015

Sangue Impuro

Azrael se escondeu em meio as sombras daquele beco escuro. Ele aguardava impaciente, para que a moça linda que ele vinha observando nos últimos dias, passasse ali por perto.
Ele ouviu passos, seus olhos começaram a brilhar enquanto seus lábios tremiam. Ele não podia mais esperar, assim que ela se aproximou ele a puxou pelo braço. Seus dentes foram de encontro ao pescoço de Karliane, o sangue da moça infestava a boca do jovem vampiro, ele sugava com vontade. Ela já estava pálida nos braços de Azrael, quando este a soltou e ela caiu ao chão. O vampiro estava prestes a dar um golpe para que ela não acordasse mais, porém um grupo de jovens que corriam ali por perto gritaram: "_O que você está fazendo ai, saia de perto da moça." Eles correram na direção de Azrael, este se escondeu nas sombras novamente. Alguns se separaram para encontrar o algoz da garota, mas não obtiveram sucesso. Um deles ficou ali esperando para proteger a garota, enquanto chamava uma ambulância.
Já era dia quando Karliane acordou, ainda estava meio zonza. A enfermeira que estava ali olhava assustada para ela: "_O que aconteceu com você afinal? Algum maluco fez isto com você?" Karliane parecia confusa, sua audição estava bastante aguçada, de seu quarto ela conseguia ouvir o que estava sendo dito na recepção e os passos no corredor estavam fazendo sua mente entrar em colapso. Ela deu um grito e desmaiou, os aparelhos indicavam que ela havia falecido, os médicos correram com urgência para tentar salvar a garota, mas não obtiveram sucesso.
Duas horas da madrugada. Este foi o horário em que os guardas correram para o necrotério para ver o que estava acontecendo, pois o alarme de lá havia disparado. Encontraram um legista morto, com um bisturi enfiado em seu olho direito, além de ter muita bagunça no local. Quem quer que estava ali, jogou tudo pro alto e devia estar com uma raiva imensa. Procuravam vestígios de quem poderia ter feito aquilo, mas conseguiram apenas constatar que um corpo desaparecera. Era o cadáver de Karliane.
Azrael estava a espreita de mais uma nova vítima, ele estava em um beco escuro, esperando para que alguma bela moça passasse ali por perto. Ele escutou um choro, alguém parecia estar gemendo de dor. Azrael se espantou, encontrou uma moça recolhida em um canto, ela estava nua e abandonada no meio do nada. Pensou consigo mesmo: "Mais uma ótima refeição, prato feito." Quando ele foi avançar contra ela, a garota pulou em seu pescoço e deu uma mordida. Um grito rápido se perdeu pela noite. A mulher saiu rapidamente para o lado fazendo vômito, enquanto Azrael a amaldiçoou: "_ O que estava tentando fazer sua piranha? Meu sangue é impuro como o seu, nós não devemos beber o sangue um do outro, você não conhece as regras?"A garota voltou a se recolher em um canto e começou a chorar compulsivamente. Ele então achou graça: "_Mas claro, como eu não pensei nisso antes. Você é aquela garota que eu não consegui dar um fim na noite anterior, você acabou passando pela fase de transformação. Bom, como você não é conhecida por nenhum vampiro, eu posso acabar com você sem que saibam que feri nosso código de ética."
Gritos de um suposto padre silenciou a noite: "_Curve-se diante do poder de Deus filho de satanás, eu finalmente te encontrei. As vítimas de nossa cidade já não mais existirão, pois o poder de nosso Senhor irá acabar com o seu reinado de terror. Saia de perto desta pobre moça." Azrael achou graça: "_Do que está falando senhor? Esta não é uma pobre moça indefesa e o meu reinado de terror não será parado por uma criatura insignificante como você." O suposto padre ergueu uma cruz de madeira, ela parecia bem afiada na ponta: "_Curve-se diante do poder de Deus." Azrael caminhou sorridente até o homem, segurou no pescoço do mesmo e apertou forte: "_Seu Deus não existe e se existir ele não tem poder contra mim." Aquele que aparentava ser um padre estava sufocado, mas teve forças para erguer a cruz de madeira no alto e abaixar com força no lado esquerdo do peito do vampiro, este soltou o homem e foi cambaleando meio sem rumo até uma parede ali perto. O "padre" ainda exclamou sorridente: "_Glória ao mais alto dos céus, um dos colaboradores de Lúcifer acaba de cair." O corpo de Azrael desapareceu com um grande feixe de luz, enquanto se escutou um grito de horror equivalente à um sacrifício suíno.
Após o ocorrido, o suposto padre pegou a mulher que estava caída ali perto pelos braços. Enquanto pegava ela, ele comentou: "_Não se preocupe, eu irei te ajudar. Eu..." Ele então parou de falar, ficou perplexo com o que viu. A garota tinha um brilho vampiresco no olhar, olhar este que estava fixado nas veias do pescoço do homem, mas já era tarde pra se perceber coisa alguma. O sangue das veias do "padre" se transformaram em uma farta refeição vampiresca.
Em um dos becos da cidade de Altiva, uma bela prostituta esperava por alguém que pudesse saciar seus desejos. Vários foram os que procuraram por seus serviços, estavam dispostos a pagar por dinheiro para uma noite regada a sexo e luxúria, mas acabavam pagando com sangue por um misto de agonia e morte. Um novo cliente procurava pelos serviços daquela bela mulher, ela sorridente e com um brilho nos olhos mostrava sua beleza radiante, ela estava pronta para uma nova noite luxuriosa. Seu nome, Karliane.

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