27 de jan. de 2013

Amor, estranho amor

O rapaz a perseguia já fazia alguns minutos... Era tarde da noite... Karina começou então a correr desesperada e a gritar por socorro... Foi surpreendida na esquina por um rapaz que mantinha um relacionamento secreto com a garota... Seu nome era Raí... Um rapaz apaixonado, que vivia tentando conquistá-la, porém ela dizia que seu coração era de outro e seu relacionamento com Raí era apenas um divertimento para os dois... 
Ele tampou a boca dela e pediu para que não gritasse, pois o homem poderia achá-los...
Karina concordou e os dois se esconderam atrás de alguns arbustos... 
O homem passou direto... Porém Karina achou estranho o fato de o homem que passou por lá ser um policial... O rapaz atrás dela a segurou forte e forçou um pano embebido em éter no rosto da garota...
Ela acordou horas depois em um quarto... As fotos da garota decoravam a parede... Raí pelo visto era obcecado por ela...
Ele então surgiu com o rosto em uma janelinha do quarto: "_Olá docinho(apelido pelo qual ele a chamava), você viverá aqui para sempre ao meu lado... Distante de tudo e de todos... Aquele dia o policial estava procurando por mim e não por você... Eu dei um fim no seu amado, pois ele atrapalhava o nosso amor... Mas vejo que ter você assim tão facilmente não tem graça... A adrenalina do ciúme era bem mais excitante... Portanto, você irá ficar ai dentro, mas nunca estará sozinha comigo... Quando tiver saudades de quem impede o seu amor por mim, basta abrir aquele baú(apontando a mão para um baú que estava no canto do quarto)..."
Raí se retirou aparentemente, a garota foi até onde o baú estava e o abriu... A imagem que ela viu partiu profundamente o seu coração e seus olhos se encheram de terror e lágrimas... Roberto(seu amado) estava com o corpo em pedaços flutuando sobre seu próprio sangue...
Raí abriu a porta do quarto e percebeu que a garota estava em choque: "Você é uma vergonha para mim Karina, pensei que seria mais forte diante de tal situação... Meu desejo era te esfaquear agora e deixar você ir para junto do idiota que você merece, porém o amor vergonhoso que permiti sentir por você foi mais forte... Aqui está uma corda e uma cadeira, dá pra amarrar a corda ali em cima, acabe com os seus problemas e acabe com os meus também... Pois me preocupar com você e pensar em você 24 horas por dia acaba comigo..." Raí então saiu e fechou a porta...
Algumas semanas depois a polícia encontrou o corpo de Karina enforcado em um quarto vazio e sem as fotos, que provavelmente Raí as retirou por precaução... No canto o baú com o corpo de Roberto... Um crime horrendo, que tinha Raí como suspeito... Porém a culpa caiu em Karina... Na versão da polícia a garota matou o rapaz, talvez por ciúmes, pois todos sabiam que ela amava o Roberto... Logo depois arrependida do que fez, foi lá e se enforcou... Uma tragédia que abalou toda a cidade...
Raí estava apaixonado novamente... Aline, uma garota linda e de olhos azuis havia chamado sua atenção... Há alguns dias atrás ele encontrou a garota chorando porque seu ex-namorado a havia abandonado... Raí resolveu consolar a pobre... Com o tempo já tinham algum relacionamento, porém Aline não escondia o fato de que os sentimentos por seu antigo amor ainda existiam... Raí se virou de forma carinhosa e estranha para a garota: "Fique tranquila... O amor é assim mesmo... Uma hora vem, outra hora se vai... Com o tempo a dor se torna maior e aprendemos a nos acostumar com ela... E o melhor meio de se acostumar com a dor é aprendendo a usá-la 'docinho' "
Ela fingiu que entendeu e deu um sorriso meio disfarçado, deu um beijo em Raí e disse: "Já está tarde, devo ir embora... Até amanhã..."
Quando ela estava pra sair foi surpreendida por Raí, que a segurou com um pano de éter no rosto... A garota caiu desmaiada...
Raí então tirou de dentro do bolso de sua calça, as fotos de Karina e outras três garotas que fizeram o coração de Raí bater mais forte... Ele deixou escapar um leve sorriso no canto do rosto e disse para si mesmo: "Espero que essa valha a pena, afinal as outras foram apenas decepções amorosas... Agora sim entendo porque os grandes poetas sofriam por amor... Afinal, são poucas as pessoas que estão dispostas a nos aceitar como somos e ser companheiras de caminhada... Um dia quem sabe eu encontre alguém que estará disposta a compartilhar comigo os meus prazeres e sofrimentos... Até lá, talvez eu tenha ainda muitas decepções..."
Terminou então de refletir e carregou o corpo de Aline até um quarto decorado com as fotos dela... No fundo do quarto um baú, que poderia esconder um terrível segredo... Ou de acordo com o ponto de vista de Raí... Ali dentro estava a chave da libertação...

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